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    Este poderia ter sido o grande filme de ficção científica do século, mas Christopher Nolan não se importa tanto quanto você
    Evelyn Souza
    Evelyn Souza
    Conquistada pela cultura pop, Evelyn adora assistir e discursar sobre filmes teens, de todas as gerações, e aqueles que quase ninguém ouviu falar. Além de ser dorameira e tentar usar seu coreano ínfimo em todas as oportunidades.

    O melhor é que o diretor, vencedor do Oscar por Oppenheimer, não é muito bom em fazer piadas.

    Chega um momento (ou dois, ou três) no penúltimo filme de Christopher Nolan em que o espectador decide que já está farto, que não precisa terminar de entender o que raios está vendo e o que está acontecendo. Tenet é um gigantesco épico de ficção científica moderna que é apreciado ao se deixar levar sem tentar ligar os pontos durante sua jornada energética.

    Quando você for, eu volto

    Assim como fez no memorável A Origem, o cineasta parte sozinho, sem a ajuda de seu irmão, Jonathan Nolan, em uma complicada aventura de espionagem através de diferentes camadas.

    Se no filme estrelado por Leonardo DiCaprio estávamos no reino dos sonhos, o espaço-tempo será o eixo central sobre o qual gira o topo metafísico de Tenet, mais um truque de ilusionismo de um diretor que adora desviar a atenção para evitar que a mágica aconteça. sendo visto prematuramente. Como sempre, ele faz isso como quem mata moscas com tiros de canhão. E nada acontece. Ele faz isso melhor do que ninguém.

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    Os primeiros minutos de Tenet são impressionantes. E não se trata do prólogo. Toda a parte em que o Protagonista (John David Washington) absorve as informações oferecidas pelo personagem de Clémence Poésy é emocionante. Os restos de uma guerra que não vivemos e que espera escondido em algum lugar é material de ficção científica de primeira linha.

    Dentro de algumas dezenas (ou centenas?) de anos, a humanidade desenvolverá tecnologia baseada na radioatividade para reverter a entropia entre objetos e corpos. O resultado possivelmente será um mundo devastado após a ascensão dos oceanos e toda a transformação ambiental que se supõe.

    Como se não bastasse, um vilão maluco não desprovido de um componente trágico (Kenneth Branagh) está em constante contato com o futuro e é capaz de alterar o curso do tempo, sobrevivendo em um mundo onde o tempo acontece invertido. Ele faz isso para dar sentido ao algoritmo que um cientista do futuro criou para tornar tudo isso possível.

    Nolan não hesita e continua acrescentando elementos que são um presente. Uma cidade fantasma cheia de plutônio escondida dos olhos do mundo. Linhas do tempo, barras de ouro invertidas, cápsulas do tempo para mudar o passado do futuro. Boa ficção cientifica. Mas o problema é que no desfecho parece que o diretor e o roteirista não se importam com tudo isso. No final das contas, Tenet é muitas coisas e nenhuma. Mas eles estão todos onde precisam estar.

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    Para começar, a cena com Michael Caine é um toque final tão elegante quanto a moda britânica. Depois de mais uma conversa entre dois personagens que falam a uma velocidade vertiginosa, o Protagonista (talvez o mais difícil de assimilar no filme seja o seu nome) se despede do personagem de Caine com um “Adeus, Sir Michael”. Bravo.

    Outra coisa que Nolan começa a lidar com facilidade é o seu senso de humor. E em Tenet há muito disso. Cada vez que o Protagonista e Neil (o brilhante Robert Pattinson) traçam um plano mais maluco que o anterior, eles sempre o fazem “com calma”. Caminhar, de bonde, rodeado de gente, é o melhor momento para organizar o maior golpe da história da humanidade.

    Warner Bros.

    No final das contas, Tenet nada mais é do que uma bela história de amizade contra o tempo e a maré. O que acontece é que essa amizade pode ser entre a mesma pessoa. Pattinson não é o alter ego de seu diretor? Ele não está se divertindo mais do que qualquer outra pessoa no meio de algo que só ele parece entender?

    Está na moda dizer que Nolan é super, que leva tudo a sério e aquele ego e tal, embora me pareça que a chave está nos últimos minutos do filme. Especificamente nos dez minutos de operação da pinça climática. Dez minutos para ambos os lados.

    Os dez minutos que dão sentido ao filme e que, contra todas as probabilidades, são menos bem resolvidos. Se no primeiro terço assistimos a uma obra-prima maravilhosa, no segundo encontramos um excelente longa de aventura e espionagem predestinada. Pena que na última parte tudo desmorone de forma surpreendente.

    Warner Bros.

    Não importa o formato amplo que se use para fotografar o ataque final, pois, na verdade, não parece uma batalha. Nem mesmo uma manobra. O clímax de Tenet parece um jogo de paintball beneficente para alguma associação de caridade. O que raios essas pessoas estão fazendo lá? Quem vive? Quem morre? Alguém já morreu?

    Tudo isso não importa e Christopher Nolan apostou tudo em um filme gigantesco, onde as pessoas entrelaçam os dedos ao som de uma palavra secreta que esconde os maiores segredos do universo. Isso acontece durante a introdução de um protagonista, que é chamado de “O Protagonista”.

    Talvez Nolan tenha vindo aqui para fazer piadas, para rir de todo mundo, e ainda não percebemos. Ou talvez se pretendesse apenas oferecer um refrescante espetáculo de ação, no pior verão (americano) possível para os cinemas, com o qual esquecer que podemos ser as relíquias de uma guerra futura. De qualquer forma, foi um sucesso (pelo menos para ele) que continua a gerar debate. E então ganhou o que faltava com Oppenheimer: o Oscar.

    Tenet pode ser visto em streaming pelo Max e Prime Video.

    *Tradução de site parceiro do AdoroCinema

    Tenet
    Tenet
    Data de lançamento 29 de outubro de 2020 | 2h 30min
    Criador(es): Christopher Nolan
    Com John David Washington, Kenneth Branagh, Robert Pattinson
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    Adorocinema
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