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    "Se fizeram remake é porque o original é ruim": Hollywood queria uma versão própria de um dos melhores filmes de terror e o diretor original não gostou
    Nathalia Jesus
    Nathalia Jesus
    -Redatora e crítica
    Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

    O resultado final, com o diretor de The Batman nos bastidores, recebeu boas reações.

    Em 2009, foi lançado Deixe Ela Entrar, um filme de terror sueco baseado no romance homônimo de John Ajvide Lindqvist. Dirigido por Tomas Alfredson, o filme — que teve Lindqvist como roteirista — foi um sucesso. A crítica adorou e é considerado um dos melhores filmes de terror de todos os tempos.

    A história segue Oskar, um menino de 12 anos que sofre bullying na escola. Um dia ele conhece Eli, uma garota misteriosa de sua idade que vive com um homem adulto e que se torna sua única amiga.

    Deixa Ela Entrar
    Deixa Ela Entrar
    Data de lançamento 20 de novembro de 2009 | 1h 54min
    Criador(es): Tomas Alfredson
    Com Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar
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    3,8

    A verdade é que Hollywood já havia notado essa história antes do filme de Alfredson ser exibido ao público. Em 2008, os direitos de um filme em inglês de Deixe Ela Entrar foram comprados pela Hammer Films com Matt Reeves, diretor de The Batman, nos bastidores.

    Quando Alfredson descobriu que Hollywood queria sua própria versão, ele não gostou nem um pouco. Inclusive, ainda pediram para ele dirigir o remake, mas ele recusou. "Estou muito velho para fazer o mesmo filme duas vezes e tenho outras histórias que quero contar", disse ele ao Total Sci-Fi Online. O cineasta também afirmou que não concorda com a realização de outra versão de seu projeto.

    Se um remake é feito, é porque o original é ruim. E o meu não é.

    O próprio Reeves reconheceu sua admiração pelo filme original e também que, inicialmente, não concordou em fazer o remake. No entanto, as coisas mudaram ao ler o livro de Lindqvist. "Eu disse que não devíamos fazer um remake. Li o livro e fiquei muito cativado e intrigado com o quão pessoal a história era. Achei que John Lindqvist havia escrito uma excelente história e a adaptou para o filme. Eu escrevi para Lindqvist e disse a ele que não era apenas porque eu fui atraído pela história porque era uma história brilhante, mas também por seu aspecto pessoal. Isso me lembra minha infância."

    APESAR DE TUDO, UM BOM REMAKE

    Matt Reeves, ao adaptar a história, a ambientou nos Estados Unidos na era Ronald Reagan, década de 1980, a mesma do romance, que se passa na Suécia. O diretor foi solicitado a mudar a idade dos protagonistas, mas se recusou: "Isso estragaria a essência da história e a mudaria completamente... Precisamos dessa inocência."

    Para os protagonistas, Reeves escalou Chloë Grace Moretz como a vampira Abby e Kodi Smit-McPhee como o humano Owen. Para o parceiro adulto da protagonista, o cineasta recorreu a Richard Jenkins.

    O resultado não foi nada mal. O filme recebeu críticas positivas. O consenso, conforme observado pelo Rotten Tomatoes , foi o seguinte: "Semelhante ao original em todos os aspectos positivos, mas com mudanças suficientes para torná-lo independente. Deixe Ela Entrar é aquele raro remake de Hollywood que não insulta a inspiração."

    Em 2012, no entanto, Alfredson foi ácido sobre a nova versão do filme: "Há algo de desonesto em copiar o trabalho de outra pessoa. Acho muito mais poderoso se você estiver fazendo algo pessoal que seja original", disse, ao Wall Street Journal.

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