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por Roberto CunhaCriado por Robert E. Howard em 1932, Conan, o Bárbaro é cultuado nos quadrinhos, onde já foi desenhado por "mestres do traço", como Frank Frazetta, e também no cinema, para muitos eternizado no corpo de Arnold Schwarzenegger. Se você faz parte destes grupos de fãs e já está de má vontade antes mesmo de sentar na poltrona, problemas pela frente, caso contrário, uma boa aventura a vista.
Estrelada por um ator mais conhecido pelos seriados Baywatch, Stargate: Atlantis e, agora, Game of Thrones, a primeira coisa a ser dita é que essa refilmagem do clássico de 1982 é muito caprichada sob vários aspectos, tem alguns problemas comuns, mas foi mal nas bilheterias americanas por conta do 3D, que já sofre resistência do público por lá. Fosse lançado somente em 2D, o resultado - certamente - seria outro.
Iniciada com uma tradicional narração que sempre dá um certo tom para os épicos, você vai conhecer o bravo Corin (Ron Perlman), que preparava o jovem filho Conan (Leo Howard, bárbaro) para se tornar um legítimo Cimério sedento de sangue, mas acabou morto por Khalar Zym (Stephen Lang). O tempo passou, Conan (Jason Momoa) ainda busca vingar sua família e não poupará esforços para destruir o inimigo e seu plano sobrenatural de dominar as nações de Hibória.
Com belas locações no leste europeu, o longa de Marcus Nispel (Desbravadores) tem ação do começo ao fim, bom figurino, trilha sonora, cenários, cenas grandiosas, fortes, uma dose de erotismo, batalha campal e muito sangue, rolando até um certo flerte com o trash e os road movies. Entre as referências que podem despertar atenção, unhas metálicas à la Freddie Krueger (A Hora do Pesadelo) e uma cena na praia é puro O Planeta dos Macacos.
No elenco, além da atuação honesta de Momoa no papel principal e Lang outra vez como vilão, o destaque vai para Rose McGowan, ótima como uma jovem bruxa, diferente de Rachel Nichols, pouco convincente como mocinha e capaz de emitir gritinhos irritantes durante combates. Da série coisas que poderiam ter sido evitadas, o parto durante uma batalha é sofrível e a sequência seguinte com o pequeno sendo levantado é surreal e muito O Rei Leão. E se uma piscadela de olho deste Conan te incomodar, lembre-se que o de Arnie não fez muito diferente diante das mulheres.
Nada disso, porém, atrapalha o saldo final, ajudado por ótimas sequências, como a dos guerreiros de areia, do barco ariete, entre outras. Se existe um defeito, a sensação de que ele é mais longo do que parece, poderia ser destacado. Assim, se um verdadeiro guerreiro precisa - antes de empunhar - entender a sua espada, o espectador precisa se informar antes para não deixar de assistir um bom filme por puro preconceito.
Veja os trailers, curiosidades, imagens e a ficha técnica em Conan, o Bárbaro.