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    Luca
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Luca

    Uma jornada pelo amadurecimento

    por Bruno Botelho

    Historicamente, a Pixar costuma lidar com temas profundos como descoberta pessoal e amadurecimento em suas animações primorosas tecnicamente e visualmente, e que conseguem alcançar tanto as crianças quanto os adultos – o que vimos acontecer com Toy Story - Um Mundo de Aventuras (1995), Procurando Nemo (2003) e tantos outros exemplos. Luca (2021) é a mais nova animação do Disney+ que promete emocionar e conquistar toda a família.

    Em Luca, acompanhamos uma história de amadurecimento sobre o jovem Luca Paguro (dublado por Rodrigo Cagiano) que vive um verão inesquecível repleto de sorvetes, massas e passeios intermináveis de scooter. Luca compartilha essas aventuras com seu novo melhor amigo, Alberto Scorfano (dublado por Pedro Miranda), mas toda a diversão é ameaçada por um segredo profundamente bem guardado: eles são monstros marinhos de outro mundo, logo abaixo da superfície da água. 

    Luca fala sobre amadurecimento e liberdade para toda a família

    Logo de cara, podemos perceber a impressionante criação de mundo típica das animações da Pixar ao explorar o visual exuberante das profundezas do mar. Porém, depois da introdução, Luca passa a ser ambientado em uma cidade litorânea da Riviera Italiana, chamada Portorosso, onde concentra sua narrativa em uma aventura simples e emocionante sobre crescimento.

    Os protagonistas Luca e Alberto são baseados na infância do diretor Enrico Casarosa e seu amigo, também chamado Alberto, em Gênova, na Itália. Enrico se aproveita da sua experiência pessoal com a história para estabelecer o lugar com impressionante riqueza nos detalhes e explorar a relação de amizade sendo construída entre os dois meninos.

    Luca Paguro é monstro marinho de 13 anos que cresce protegido pelos seus pais Daniela Paguro (Leticia Quinto) e Lorenzo Paguro (Fábio Azevedo) e nutrindo um medo da superfície por causa dos marinheiros que vão realizar pescas nos local. Um dia ele conhece outro monstro marinho, Alberto, que vive sozinho em um farol velho na beira do mar e descobre que pode se transformar em um ser humano indo para a superfície. Ambos decidem se aventurar na Riviera Italiana em busca de uma scooter (Vespa, como é chamada no filme) e acabam desenvolvendo uma forte amizade.

    Os dois são muito diferentes, mas acabam se relacionando de forma verdadeira em uma história sobre amadurecimento nos belos cenários italianos – por isso gerou muitas comparações com Me Chame Pelo Seu Nome. Luca é um pré-adolescente inseguro e preso dentro de uma caixinha que ele tenta se livrar, formada pelos seus medos e superproteção familiar. Ele encontra essa independência em Alberto, que tem espírito livre e vive sem medo de devastar esse mundo.

    Luca e Alberto entendem que precisam de dinheiro para comprar uma passagem para fora da cidade e conseguir sua liberdade. É quando eles fazem amizade com uma garota da cidade chamada Giulia Marcovaldo (Bia Singer) e se juntam a ela em uma competição de triatlo anual contra o convencido e campeão Ercole Visconti (Caio Guarnieri) – um antagonista caricato, mas eficiente.

    Luca é uma animação simples, mas com história emocionante

    No começo do filme, Luca se encaminha mais para comentários ecológicos sobre a exploração humana sobre outras formas de vida, especialmente sobre os animais marinhos. Porém, a produção sai do aprofundamento em temas complexos e metáforas, como fizeram recentemente Divertida Mente (2015) e Soul (2020) – que recebeu o Oscar de Melhor Animação em 2021– e caminha pela simplicidade. Todos esses conceitos acabam sendo aproveitados nas crenças locais e preconceitos presentes nos habitantes da cidade, mas inteligentemente, o filme utiliza eles de forma direta com uma mensagem sobre a importância de abandonar esses preceitos e aprender com o próximo.

    Os roteiristas Jesse AndrewsMike Jones acertam em estabelecer o vínculo entre Luca, Alberto e Giulia e suas aventuras. Eles expressam o desejo juvenil de liberdade e traçar seu próprio destino sem ficarem presos à barreiras ou velhos preconceitos e crenças que lhes foram apresentados por outras pessoas. O visual da animação é um colírio para os olhos e um dos maiores destaques da produção por causa de sua riqueza de detalhes e paisagens encantadoras que vão fazer qualquer pessoa se apaixonar.

    Luca não é uma animação revolucionária da Pixar, como outros exemplos recentes foram, mas apresenta uma emocionante história sobre amadurecimento e liberdade, com seu personagem principal em uma jornada sobre autoconhecimento passsando por diversas paisagens exuberantes.

     

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    Comentários

    • Luciana F.
      Achei a crítica do AdoroCinema muito rasa. Nao entendi por que so tres estrelas...O filme é lindo, sensível, envolvente. Muito tempo que nao assitia um filme tão bom.
    • GLAUCO SILVA
      Gostei do filme, mas a crítica é mal escrita. Não apresenta argumentos que justifiquem o 3,5. Luca é uma animação que oferece respiro nesse tempo pandêmico. As cenas de contemplação, quando o personagem observa os raios de sol, o vento, as aves... é tão singular. A virada com a traição de Luca em denunciar Alberto... Sem falar nos temas sociais: o medo da mãe em superproteger o filho e, no final, ele encontrar as suas redes de apoio, o time dos excluídos, a relação de amizade entre homens que pode ser baseada no afeto, quebrando uma relação de masculinidade tóxica, o preconceito de Portorosso com os monstros marinhos. O filme emociona! É uns 4,5, senão 5.
    • Denise Dutra
      Gostei muito do filme. Vejo de uma forma simples a inclusão daqueles que de alguma forma são diferentes. A mãe tenta proteger o filho do mundo porque sabe que é difícil a aceitação do diferente.
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