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    Cinquenta Tons de Preto
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Cinquenta Tons de Preto

    Ladrão que rouba ladrão...

    por Francisco Russo

    Não é de hoje que Marlon Wayans investe em paródias - na verdade, ele só fez sucesso em paródias. De Todo Mundo em Pânico a Inatividade Paranormal, vários foram os gêneros e sucessos de bilheteria que passaram por suas piadas nem sempre engraçadas e muitas vezes apelativas. Com Cinquenta Tons de Preto, paródia óbvia de Cinquenta Tons de Cinza, a situação não muda muito. Só que, desta vez, Wayans satiriza um filme ruim por natureza. Quer jeito melhor que sacaneá-lo do que apontar todos seus muitos defeitos?

    É com esta proposta que Cinquenta Tons de Preto consegue até divertir em certos momentos. A história é exatamente igual, e filmada seguindo os mesmos enquadramentos e cenas do longa dirigido por Sam Taylor-Johnson - tudo de forma a realçar o quão tosca é a "história de amor" entre Hannah Steele (Kali Hawk) e Christian Black (Marlon Wayans, quem mais?). É claro que, como os protagonistas agora são negros, o roteiro explora várias piadas em torno do preconceito racial, seja invertendo situações em relação aos brancos ou citando ícones como Wesley Snipes e Bill Cosby. E, como não poderia deixar de ser em um filme dos Wayans, por vezes pega pesado na baixaria.

    É neste ponto que o filme complica, e bastante. Por mais que conceitualmente seja interessante e tenha piadas realmente boas, especialmente quando os personagens principais entram no famoso quarto vermelho, sequências como a citação a Magic Mike e os exageros decorrentes dos problemas sexuais de Black são desnecessárias. Mas, por outro lado, é isso que os fãs de Wayans esperam. O lado positivo é que, desta vez, elas surgem em menor dosagem e espalhadas no decorrer do longa-metragem. Ou seja, são mais "palatáveis" - se é que dá para usar este termo ao ver tolices como a cena do umbigo saliente.

    Mesclando momentos constrangedores com outros em que é possível rir com gosto - atenção para as espertas sacadas da sessão sadomasô -, Cinquenta Tons de Preto é um filme bem irregular que funciona melhor ao ser encarado como uma imensa zoação em cima de Cinquenta Tons de Cinza. Curiosamente, ou inevitavelmente, acaba sendo melhor que o satirizado - e bem superior aos horrorosos Inatividade Paranormal 1 e 2, também estrelados por Wayans.

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