O Último Cine Drive-in: Crítica AdoroCinema

Seguindo um pouco o sentimento de Cine Holliúdy, O Último Cine Drive-in é uma espécie de Cinema Paradiso brasileiro. É claro que o clássico de Giuseppe Tornatore é muito mais filme, contando com atuações inesquecíveis e uma trilha sonora eterna de Ennio Morricone. Mas as obras possuem sim elementos em comum. O principal deles é o fato de serem declarações de amor ao cinema.

Dirigido por Iberê Carvalho, o longa é simples. Mas sua beleza nasce justamente desta simplicidade. Breno Nina vive Marlonbrando (isso mesmo!), um jovem que vive em Anápolis, mas que vai para Brasília acompanhar a mãe, que está internada em um hospital. Sem ter onde ficar na cidade, ele acaba procurando pelo pai Almeida (Othon Bastos), que administra um pouco frequentado cinema Drive-In.

Apaixonado pela sétima arte, Almeida luta para sobreviver em um mundo em que o cinema de shopping e o 3D está na moda. Ele já vê a hora em que terá que abrir mão de seu sonho. A rotina no Drive-In, no entanto, irá mudar com a chegada de Marlon, também chamando de Brandinho. Ele logo passará a se dar bem com os funcionários do local, embora entre em conflito com a jovem Paula (Fernanda Rocha), por roubar seu quarto.

Vencedor do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (Rocha) no Festival do Rio 2014, o longa peca um pouco nos trabalhos de fotografia, direção de arte e trilha sonora, mas consegue aproveitar bem o cenário de fundo de Brasília.

O elenco conta ainda com boas participações de Rita Assemany, Chico Sant'Anna e Zecarlos Machado. A obra possui momentos de drama, comédia e até road movie. Mas a verdade é que estamos diante de um romance. Mas um romance diferente, sem beijo. Um romance pelo cinema. 

Filme visto no 43º Festival de Cinema de Gramado, em agosto de 2015.