Assustador por vias tortas
por Lucas SalgadoTodo filme de terror tem o objetivo de ser assustador. A Possessão do Mal consegue. É assustadoramente ruim. O filme é uma grande reunião de clichês de filmes de possessão e found footage. Poderia muito bem integrar a franquia Atividade Paranormal. A ideia é a mesma: sujeito que decide documentar fenômenos sobrenaturais através de câmeras espalhadas pela casa.
O longa é meio que um Super Size Me do terror. Obviamente, não se trata de um documentário, mas a premissa é essa: após perder a esposa, um cara decide documentar o seu dia a dia, em que tenta provar que atividades paranormais e possessões demoníacas não existem. Ele, então, passa a procurar por exorcistas, pessoas envolvidas com ocultismo ou coisa parecida.
Como era de se esperar... Quem procura acha. O sujeito, que mora com a irmã, a filha e o cachorro, passa a ser vítima de fenômenos sobrenaturais.
The Possession Of Michael King (no original) é uma obra desinteressante, previsível e nada (nada mesmo) original. Curiosamente, o protagonista comemora o fato de estar fazendo uma experiência inéditas. Ineditismo, no entanto, é algo que não vai passar pela cabeça do espectador, que já viveu estas situações milhões de vezes nas telonas.
Sem sustos, sem história satisfatória, sem envolvimento, sem um protagonista descente. O longa lembra a casa da clássica canção popular, que não tinha teto, não tinha nada. Um dos poucos méritos da produção está no lado técnico, pois é bem filmado. Mas nem isso merece muito destaque, afinal para justificar a existência de algumas imagens, o filme coloca câmeras em lugares nada previsíveis. Chegando ao ponto de ter uma espécie de "demônio cineasta", que documenta uma situação sexual gratuita.
Dirigido e escrito por David Jung, o longa conta com Shane Johnson, Ella Anderson, Cara Pifko, Tomas Arana e Dale Dickey. Ninguém do elenco se destaca, mas o protagonista é especialmente irritante, passando uma postura arrogante que afasta a torcida do espectador para que ele consiga superar seus problemas.
O público, na verdade, só torce para uma coisa: para que o filme acabe logo.