Papéis invertidos
por Lucas SalgadoLançado em 2002, Casamento Grego foi um grande sucesso de público e crítica. Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original e faturou nada menos que US$ 368 milhões. Nos Estados Unidos, faturou mais que sucessos como A Era do Gelo, Homens de Preto 2, Minority Report - A Nova Lei, 007 - Um Novo Dia Para Morrer e Chicago.
Não demorou muito para Hollywood começar a falar na possibilidade de uma continuação. Mas o tempo foi passando. O projeto foi esfriando e os atores foram perdendo espaço no mercado. Até que ninguém mais falava no filme. Nia Vardalos até tentou fazer algo parecido (muito parecido) em Falando Grego e Eu Odeio o Dia dos Namorados, mas o resultado não foi nada satisfatório.
Agora, 14 anos depois, Casamento Grego 2 é finalmente uma realidade. E os fãs do original vão gostar de saber que sua essência continua toda ali. Casados há anos, Toula (Vardalos) e Ian (John Corbett) seguem atormentados pela possessiva família grega da primeira. Mas agora eles também fazem parte dos possessivos, afinal a filha do casal, Paris (Elena Kampouris), está prestes a se formar no colégio e sonha em estudar em uma cidade bem distante dali.
É curioso ver Vardalos, que era a rebelde do primeiro filme ao se casar com um não-grego, sofrendo algo parecido com a filha, que quer viver sua vida. Antes sonhadora, agora Toula precisa ser a rocha que segura a família. Ao mesmo tempo em que lida com a questão da filha, ela tenta solucionar um problema envolvendo os pais. Depois de décadas juntos, Gus (Michael Constantine) e Maria (Lainie Kazan) descobrem que não foram legalmente casados. Teimosos e temperamentais, eles precisam decidir se irão finalmente se casar.
O roteiro possui falhas e a direção é bastante previsível, mas o filme acaba se destacando pela ótima dinâmica entre o elenco. A família é composta por personagens realmente especiais e as interações entre eles são ótimas, principalmente no que diz respeito às participações de Andrea Martin e Mark Margolis.
Com pontas de John Stamos, Rita Wilson e Rob Riggle, o longa funciona como comédia e como romance. E até consegue emocionar eventualmente. Tanto tempo depois do original, Vardalos prova que ainda possui muita história para contar.