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    O Amuleto
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    O Amuleto

    Pastiche à brasileira

    por Bruno Carmelo

    Um grupo de jovens se aventura em uma floresta durante as férias. Eles se perdem. Logo, começam a morrer, um a um, e acreditam ser perseguidos por forças do mal. Os fatos ficaram gravados em imagens de celular, que ajudam na investigação. Mas estranhas assombrações aparecem na floresta, e talvez o verdadeiro responsável não seja quem você pensa! Você já viu essa história antes, talvez centenas de vezes se for fã dos filmes de terror americanos, espanhóis, franceses. Agora chega a versão brasileira: O Amuleto, dirigido por Jeferson De.

    Fornecer mais detalhes sobre a história seria desnecessário, afinal, qualquer um pode prever os caminhos que a trama vai adotar. Os personagens são os mesmos do imaginário popular: a loira burra e gostosa, o surfista burro e musculoso, o detetive durão, o homem misterioso que ajuda na investigação – mas talvez tenha segredos... Tudo indica que a história vai seguir pelo caminho da paródia, do terror assumidamente malfeito (algo que poderia ser interessante, aliás), brincando com os clichês à disposição. Mas, para o azar do espectador, o filme se leva a sério.

    Inúmeros problemas prejudicam O Amuleto. As atuações são risíveis (os três jovens que acompanham a protagonista, em especial, levaram a plateia às gargalhadas), a direção de fotografia simula as noites mais patéticas que o cinema já viu, a montagem contenta-se em alternar entre passado e presente, a continuidade apresenta erros grosseiros, a direção de arte transforma Maria Fernanda Cândido em uma espécie de Mãe Dináh...

    Isso sem falar que as motivações dos personagens carecem de sentido e a tentativa de trazer uma surpresa no final (outro clichê obrigatório) falha nos aspectos mais simples. Os efeitos sonoros e a trilha, principalmente, são amadores: o som sublinha e duplica a imagem, como se a equipe tivesse percebido que o material gravado, sozinho, não seria capaz de provocar medo. Por isso, foi preciso encher o som dos efeitos mais baratos do cinema de terror: ventos assustadores misturados com gemidos de dor, violinos tensos, percussão para indicar ação. Para não dizer que nada se salva, Bruna Linzmeyer realmente se esforça, e extrai o máximo que pode de sua personagem.

    O cinema brasileiro produz poucos filmes de terror, mas já trouxe clássicos do gênero (como os ótimos À Meia-Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins) e ainda produz experiências interessantes com novos diretores (Quando Eu Era Vivo, Mar Negro). Mas estes cineastas adaptaram as regras do gênero à realidade brasileira, ao invés de copiar produções de lá. Além disso, o veterano Mojica é conhecido por um refinamento no uso de som e enquadramentos que está muito distante da produção de Jeferson De. O cinema brasileiro precisa, sim, investir no cinema de gênero, que pode crescer e conquistar seu público. Mas seria indispensável selecionar e desenvolver melhor seus projetos.

    Filme visto no 19º Cine PE Festival Audiovisual, em maio de 2015.

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    Comentários

    • Gibran Felipe Cobra Teske
      filme trash é isso atores, fotografia, roteiro, e efeitos duvidosos
    • Gibran Felipe Cobra Teske
      Assisti os minutos finais do filme e digo com propriedade por ser de Florianópolis os personagens nem falam com o sotaque de FlorianópolisO Jeferson De deveria ter escalado um elenco que é realmente de Florianópolis
    • Shadai
      O que mais me deu medo nesse filme foi o fato de ter Samsung, Petrobrás e Telecine como patrocinadores!!! Como pode? Sei que é para abater imposto com a Lei Rouanet, mas, o filme é ruim demais!!! Um dos piores filmes que já vi na vida. Não dá para cogitar que usaram profissionais da área de cinema em qualquer uma das funções. Roteiro, Fotografia, Direção de Arte, Direção de atores, Edição, Som, Maquiagem, é tudo muito ruim!!!Vergonha demais! O cinema nacional pouco tem verba, e ainda desperdiçam com esse lixo. Complicado!
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