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Almanaque Virtual
[...] “Leviatã” não é uma película de fácil digestão. Há ali um filme dentro do outro em vários quesitos muito bem orquestrados. Há um thriller político parodiado dentro da sociedade russa pela corrupção e hierarquias estagnadas de poder, ao mesmo tempo que há um intenso drama, uma tragédia familiar...
CineClick
Um dos filmes mais importantes do cinema russo nos últimos anos, um retrato corajoso da época de Vladimir Putin e da união tortuosa entre corrupção, poder e religião.
Diário de Pernambuco
Igreja, alcolismo e poder. Tudo num mesmo roteiro. Estórias das diferentes facetas da cultura russa que precisam se cruzar num tempo curto de um filme. Andrey Zviaguintsev consegue. Roteiro impecável.
Instituto Moreira Salles
O que torna "Leviatã" um filme único e precioso, porém, não é sua mera trama, mas a maneira como Zvyagintsev a apresenta ao espectador, mantendo do início ao fim uma tensão quase insuportável, por força de suas elipses precisas e do uso arguto do extracampo.
O Globo
Zvyagintsev mostra que não é só a prefeitura de Vadim que está corrupta, e sim a alma humana, exumada em planos de esplendor visual capazes de evocar “O sacrifício” (1986), do deus Andrei Tarkovsky, num tributo à tradição do cinema russo.
Screen International
A essência não está no roteiro, e sim nas imagens. Cada plano é uma aula sobre distribuição de personagens e do cenário no espaço de um enquadramento. O trabalho é quase meticuloso demais, de tão evidente a olho nu.
The Guardian
"Leviatã" apresenta uma ambição inabalável nas atuações e na direção, desenvolvendo-se com voluntária lentidão e ocasional aceleração, incluindi alguns momentos de drama e suspense.
The Hollywood Reporter
Monstros enormes se movem sob as profundezas desse filme poderoso, astuciosamente alusivo e ardiloso. [...] Uma parábola política velada, encharcada de amarga ironia, que mira o corrupto e corrosivo regime de Vladimir Putin.
Télérama
Os russos têm um senso exacerbado de culpa, que atravessa as suas vidas e também a sua literatura e o seu cinema. Assim como o álcool querido, os personagens de "Leviatã" engolem a sua mediocridade e sua impossibilidade de melhorar. Eles engolem Putin como engoliam, antigamente, Stalin.
Variety
O mestre russo Andrey Zvyagintsev oferece uma sátira maravilhosa, incrivelmente engraçada, que ousa questionar se o seu país está realmente servindo os interesses dos cidadãos.
Cinema com Rapadura
É notável como este candidato russo ao Oscar de melhor filme estrangeiro não se esquiva de suas mensagens políticas [...]. O mais triste sobre “Leviatã” é que o longa poderia ser adaptado para o Brasil sem muito esforço e sem fugir da nossa vida real.
Cineweb
Um drama com muitos toques de sátira e os dois pés na realidade contemporânea russa. [...] Zvyagintsev fez um filme forte, cheio de camadas, com muitas qualidades que o levaram a merecer atenção e prêmios...
A Tarde
Impregnado por uma atmosfera soturna, "Leviatã" encontra seu grande momento nas pausas e nos tempos mortos que se contrapõem à ação de fato e enchem de silêncio sobretudo a noite e a madrugada na pequena vila à beira-mar da Peninsula de Kola.
Chicago Sun-Times
"Leviathan" é, facilmente, o filme mais importante e imponente a emergir da Rússia nos últimos anos. Como sua história transmite uma sensação de corrupção política generalizada, tem sido visto como uma crítica mordaz e ousada às condições da Rússia de Putin.
Cineplayers
É inegável que Zvyagintsev é talentoso em contar histórias através de imagens. Pode-se questionar o ritmo de suas obras [...], mas sua habilidade em desenrolar temas e trabalhar camadas é algo admirável. Observem as ondas explodirem nas rochas inabaláveis, tal como as investidas assoladas de Nikolay.
Estado de São Paulo
O fato é que "Leviatã", o filme, encena a luta desigual entre o indivíduo e o Estado corrupto, aqui encarnado por um pequeno prefeito de província, porém dotado daquela força imensa que vem da completa ausência de escrúpulos.
Folha de São Paulo
O que pretende nos mostrar Zvyagintsev é uma Rússia corrupta e autoritária, mais descendente do que sucessora do Estado soviético. [...] Talvez o aspecto mais original do filme venha da acusação (algo velada, mas ainda assim) da participação ativa da Igreja Ortodoxa Russa nessa esbórnia.
New York Times
O diretor, Andrey Zvyagintsev, tem um olho celeste, mas a mão de chumbo, e seu filme é tão duro quanto imersivo, cheio de vívidas cenas do mundo selvagem e mergulhos profundos em um reino humano inundado por lágrimas e vodka.
Papo de Cinema
Esse “poder”, e como os homens lidam com ele, é que é destilado ao longo da trama corajosa que cutuca nesta ferida e usa uma dose de humor e sarcasmo regado ao famoso líquido cristalino, para tirar sarro dos antigos e atuais governantes daquela potência.
Critikat.com
Zviaguintsev sem dúvida conseguiu construir o seu filme a partir de um roteiro excelente, explorando em profundidade a reescritura do Livro de Jó. Mas ele não explora muito bem a profunda dimensão poética, como tinha feito Terrence Malick em "A Árvore da Vida"...
O Globo
As escolhas de luz e fotografia reforçam a ideia de falência, do mesmo modo que elementos como metafóricas carcaças de embarcações e ossadas de baleia. Mas o grande problema é a forma com que Zvyagintsev desenvolve esse conceito em relação aos personagens.
Omelete
É o típico filme de "grandes temas" travestido de história íntima [...] Zvyagintsev seguiu com competência a cartilha do denuncismo discreto e do realismo autoimportante, combinados com a única moda do circuito de festivais que nunca passará: o cinema de simbolismo.
Rubens Ewald
O que me incomoda neste filme mediano e super estimado é que basicamente é uma discreta denúncia de que existe corrupção na Rússia. O que tem provocado polêmicas e ameaças. O que deixa tudo ainda mais ridículo.