A Espiã que Sabia de Menos: Crítica AdoroCinema

A parceria entre o diretor Paul Feig e a atriz Melissa McCarthy tem feito muito sucesso comercial nos últimos tempos. Juntos, realizaram o ótimo Missão Madrinha de Casamento, que faturou US$ 288 milhões em todo mundo, e o divertido As Bem-Armadas, que fez US$ 229 milhões. Agora, buscam repetir estes números com A Espiã que Sabia de Menos.

O principal mérito da dupla é investir em comédias que não são meramente paródias, mas que focam em um gênero específico. As Bem-Armadas é uma comédia de ação, mas não é uma paródia de filmes de ação. Possui muita ação e faz rir. Aqui, vemos algo semelhante. Spy (no original) é sim uma comédia, mas também é um filme de espionagem bem trabalhado e com vários elementos do gênero.

É claro que James Bond é uma referência, mas ao contrário de obras como Todo Mundo em Pânico, o objetivo aqui não é fazer piada em cima de citações de outros filmes. Trata-se de uma obra independente e com personalidade, que possui momentos muito divertidos.

Quando a identidade de agentes da CIA é comprometida, a agência se vê obrigada a levar para campo uma de suas analistas de base. É quando entra em cena Susan Cooper (Melissa McCarthy), uma mulher dedicada ao trabalho e que sonha em ter uma oportunidade de mostrar que pode ser uma boa agente fora do escritório. Ela ganha esta oportunidade e terá que infiltrar a organização criminosa de Raina Boyanov (Rose Byrne), uma traficante de armas que teria adquirido uma arma nuclear. 

Melissa é o grande destaque da produção, com uma atuação divertida e repleta de bons momentos. A comediante brinca com seu porte físico, mas não torna isso algo pejorativo ou debilitante, como vemos muitas vezes em Hollywood. É divertido vê-la contestando o fato de ser obrigada a se disfarçar como "senhora apaixonada por gatos". 

Byrne cria uma vilã curiosa, que não gosta de sujar suas mãos, mas que está acostumada a ter tudo o que quer, se revoltando com o fato de que alguém tenta impedi-la. O elenco conta ainda com boas presenças de Jude Law e Jason Statham, na pele de dois agentes da CIA. O primeiro vive o tipo galã, enquanto que o segundo é o durão que fica revoltado com o fato de ter que ceder espaço para Susan.  

Allison Janney, Miranda Hart, Bobby Cannavale, Morena Baccarin e 50 Cent completam o time em divertidas participações, que também rendem ótimas sequências de ação.

O filme sofre um pouco com problemas de ritmo, em especial em sua segunda metade. Talvez não precisasse de todos os seus 120 minutos de duração. 

A Espiã que Sabia de Menos deixa a porta aberta para uma sequência. Se ela virá, vai depender do sucesso comercial do primeiro filme. Mas uma coisa é certa. A personagem de Susan merece seguir sua história.