O cinema brasileiro, depois de diversas críticas referentes ao excesso de palavrões e cenas de sexo, mudou. “SOS – Mulheres ao mar” brinca, nos primeiros minutos, com essa realidade,
já que faz o espectador pensar numa regressão aos padrões explícitos, o que é, na verdade, somente a apresentação do trabalho de Adriana (Giovanna Antonelli): tradutora de filmes pornôs. Descontente com essa profissão, a vida da aspirante a escritora piora quando o marido, Eduardo (Marcello Airoldi), pede o divórcio, após envolver-se com uma atriz de TV (Emanuelle Araújo), e mais ainda quando descobre sobre um cruzeiro que os dois fariam juntos. Determinada a reconquistá-lo,
Adriana recruta sua irmã (Fabiula Nascimento) para acompanhá-la na viagem, e, inicialmente contra sua vontade, recebe também a ajuda da empregada Dialinda (Thalita Carauta). Chamou minha atenção o fato de a história deste filme assemelhar-se muito – até demais – à do também recente longa brasileiro “Meu passado me condena”: ambos tratam de uma viagem de cruzeiro com destino à Europa, mais especificamente à Itália. Isso, na minha opinião, termina por tirar um pouco do mérito de quem chegou depois, no caso, “SOS”. É um filme bom, bastante engraçado e tem ótimas atuações – sendo, inclusive, superior ao comparativo nesses aspectos –, mas é muito previsível e contém cenas e trilha sonora um pouco repetitivas. Todavia, vale a pena assistir, nem que seja para apreciar a ótima fotografia ou rir um pouco.