O nome Everest é uma homenagem a “Sir George Everest” e poderia permanecer como tal, sem o acréscimo de 'e", afinal estamos falando do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo.
O longa tem fotografia e imagens belíssimas. E uma história já conhecida por nós, senão a mais famosa: uma tragédia previsível! Em síntese, muita gente pra pouco cume! E o pior, gente, em sua maioria, aventureira, cheia de vaidade e sem experiência alguma em escalada. Sem contar as condições climáticas extremas, tempestades, ar rarefeito e as baixas temperaturas, inerentes ao local.
No início, o filme se arrasta muito, ficando cansativo e quando realmente pega no tranco, não mostra novidade. Inclusive a trilha sonora incomoda, sendo utilizada de forma indevida em algumas situações.
Mas “Evereste” nos provoca, ao nos fazer refletir sobre a banalização do montanhismo.
Escalar a montanha é algo perigoso e difícil, não há dúvidas, mas os xerpas minimizam estragos, preparando o caminho, e é por essa razão que alcançar o topo tornou-se algo tão comercial, comum, produzindo “alpinistas inexperientes” e favorecendo tragédias como a de 1996. Basta que vejamos quantos foram de fato os alpinistas que chegaram ao topo sem “babás”. E quantos tiveram o instinto de saberem a hora de desistir, respeitando a montanha e si mesmo, afinal o topo é só a metade do caminho. Esses sim são alpinistas de verdade!!
O montanhismo tornou-se uma indústria lucrativa associada ao turismo. Hoje, basta que paguemos bem para escalar qualquer montanha. Não é preciso ser montanhista, basta ser um “cliente”. E é perturbador pensar que, diante de situações como esta, a essência do montanhismo se perdeu.