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    Meu Passado Me Condena - O Filme
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Meu Passado Me Condena - O Filme

    Humor a bordo

    por Roberto Cunha

    O gênero comédia romântica movimenta cifras milionárias ao redor do mundo e o motivo é óbvio: tá assim de gente querendo entrar na sala escura para se divertir, sem ter que decifrar nada. Para quem se enquadra neste time hoje, ontem ou sempre, Meu Passado Me Condena é produção nacional trilhando esse caminho, rodado dentro um navio e durante cerca de três semanas, mais ou menos o tempo da viagem dos protagonistas.

    Baseado no seriado homônimo, exibido no canal Multishow, a história traz os mesmo personagens, Fábio (Fábio Porchat) e Miá (Miá Mello). Eles se conheceram numa festa, se casaram rápido e partiram em Lua de Mel para a Itália, a bordo de um transatlântico. Mas o que fazer se entre os passageiros estão Beto, um ex-namorado fogoso (Alejandro Claveaux) e uma ex-paixão (Juliana Didone) dos tempos de escola? É o que os dois (e você) vão descobrir, uma vez que o risco de "flashback" é grande, pois o tal ex é rico e inteligente, ao contrário do noivo que é mão de vaca e confunde o cineasta Truffaut com chocolates. Para piorar o momento amorzinho da noiva, surge o Cabeça (o também comediante Raphael Queiroga), amigo de infância daqueles invasivos e cheios de brincadeiras bobas, que costumam ter graça para quem participa, quem já viveu algo parecido ou se deixa levar por bobeiras que não envelhecem. E de fato, algumas fazem rir.

    Preparado para dar certo, o roteiro de Tati Bernadi (popular nas redes sociais) procura equilibrar as confusões e o climinha de romance. Se tem momentos de acerto, também são inegáveis os tropeços, oscilando entre fazer rir e, no máximo, arrancar um sorriso. Só que essa observação pode não fazer sentido para aqueles que já se identificam com os personagens da TV. Vide o sucesso Minha Mãe é uma Peça (quase 4.6 milhões de ingressos), cujos fãs de Paulo Gustavo ignoraram as sequências mais mornas (para alguns) e se esbaldaram na poltrona. E aqui a dupla, sem dúvida, funciona quando descamba no tiroteio verborrágico, reproduzindo as discussões sem freios de muitos casais. Pena é ver que pontos engraçados, como medo de navio, hipocondria ou Fábio tirando onda para cima do ex de Miá, tenham ido a pique, porque claramente renderiam mais.

    Ainda no elenco, os competentes Marcelo Valle e Inez Viana interpretam funcionários separados no amor e unidos nas tramóias, fazendo uma costura das situações criadas, mas nada de especial. Afinal, o "salva-vidas" mesmo é Porchat, que neste ano foi visto em outros dois filmes: Vai que Dá Certo (2.7 milhões de ingressos) e O Concurso (1.3 milhão de espectadores). Produzido pela veterana Mariza Leão (De Pernas pro Ar 2) e dirigido pela estreante (em longas) Julia Rezende, filha da produtora e criadora do seriado, Meu Passado Me Condena pode até causar náuseas nos mais exigentes, mas o tripulante que procura humor leve e descompromissado na sala escura pode embarcar sem medo de enjoo.

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