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    Inatividade Paranormal
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Inatividade Paranormal

    Cinema de nicho

    por Roberto Cunha

    Se você se interessou por um título assim e começou a ler esse texto, saber que não vai não encontrar em ambos (filme e texto) um conteúdo reflexivo é óbvio ululante. Inatividade Paranormal é uma grande brincadeira, fruto da mente muito louca do roteirista e produtor Marlon Wayans, que já é gato escaldado no gênero, fez sucesso com a franquia Todo Mundo em Pânico (2000), por exemplo, e Todo Mundo em Pânico 5 chega em 2013 para comprovar que a experiência parece ter dado certo.

    No filme em questão, objeto dessas mal traçadas linhas, o espectador já entra no clima da paródia logo no começo porque a produção repete exatamente o mesmo estilo de Atividade Paranormal. A diferença aqui é que ao invés dos protagonistas vítimas do fenômeno do mal serem casados, o cara interpretado por Wayans chama a namorada para morar junto. Aí, eles começam a discutir a relação e abrem as portas para os "fantasmas" do convívio (a intimidade, o pouco sexo) e para o fantasma da história em si, dando início a sequências muito divertidas para uns e não necessariamente engraçadas para outros.

    E é fácil entender o porquê. Os adultos que gargalharam no passado, por exemplo, com os filmes de Jim Abrahams (Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu e Top Gang), podem não rir mais com o excesso de escracho, a escatologia, o humor grotesco, sexista, racista, antirreligioso, entre outras insanidades. Em contrapartida, os jovens de agora, provalmente, vão rolar de rir e rachar o bico com as flatulências na cama, o cocô em cena, uma tal de suruba interracial, o uso de drogas associada a algo divertido ou uma (surreal) "trepada" com bichos de pelúcia. O mesmo vale para as absurdas sequências em que o tal fantasma tripudia sexualmente em cima (embaixo e pelos lados) do casal.

    Em meio as muitas paródias, os clássicos O Exorcista e Os Caça-Fantasmas se misturam aos recentes Sobrenatural, Filha do Mal, O Último Exorcismo, entre outros, e sobra tirada de sarro pra cima de Crepúsculo. Destaque para a devoção ao ator Samuel L. Jackson, reproduzindo falas dele em dois longas. Da série "coisas que poderiam ser evitadas", a sequência que envolve violência contra uma criança foi desnecessária, assim como a higienização contra a herpes. Mas nada que vá comprometer essa obra, que já se pagou lá fora e é focada num determinado nicho, que jamais vai considerá-la um lixo. Afinal esse público-alvo está em plena atividade e será plenamente normal ele transformar esse título em sucesso. A escolha é sua. ;)

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