Já vi isso antes...
por Lucas SalgadoAté 2012, Seth MacFarlane era apenas o criador de Uma Família da Pesada e American Dad!. Era querido pelos fãs das séries animadas e famoso pelo humor ácido e politicamente incorreto. No entanto, estava longe de ser conhecido pelo grande público. A coisa mudou em 2012 graças a um ursinho.
Ted foi um dos maiores sucessos do ano, arrecadando nada menos que US$ 549 milhões nas bilheterias mundiais, uma número fantástico para um filme que custou US$ 50 milhões. Diretor, roteirista e dublador do personagem principal, MacFarlane foi lançado ao estrelato e se tornou rapidamente um expoente da comédia norte-americana. Foi convidado para apresentar o Oscar 2013 e, no ano seguinte, chegou aos cinemas com uma comédia repleta de astros: Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola.
Seth contou com uma recepção fria no Oscar e Um Milhão... foi um fracasso de público e crítica, o que levou Hollywood a desconfiar um pouco de seus próximos passos. Pensando na alternativa mais fácil, ele decidiu investir em Ted 2. O filme está muito longe de ser a bomba que foi a comédia faroeste com Charlize Theron, mas também está bem distante de ser tão bom quanto seu original.
O primeiro Ted funciona, dentre outras coisas, por trazer um personagem super inusitado participando de diálogos absurdos e de linguajar sujo. Agora, isso se repete. Mas não há mais a sensação de novidade. É mais do mesmo. A dinâmica entre Ted e John (Mark Wahlberg) é divertida, mas não oferece muito de novo.
No novo longa, Ted enfrenta problemas em seu casamento com Tami-Lynn (Jessica Barth). Buscando reacender a chama da relação, eles decidem ter um filho. Como um urso de pelúcia, ele não pode se reproduzir, mas não liga de procurar um doador de esperma. A situação fica ainda mais complicada quando uma batalha judicial se inicia para impedir Ted de ter um filho, afinal ele não é uma pessoa, mas um objeto.
A busca por um doador rende cenas engraçadas ao lado de Sam J. Jones e Tom Brady. A disputa judicial oferece boas cenas de paródia com filmes de tribunal, mas não chega a empolgar. Amanda Seyfried é a novidade no elenco principal. Ela vem para ocupar a vaga de Mila Kunis no coração de John. A atriz não compromete. A produção traz ainda nomes como Morgan Freeman e Liam Neeson, que contam com cenas divertidas. O mesmo não se pode dizer de Giovanni Ribisi, que volta ao papel de Donny, que é o vilão do primeiro filme. O personagem não funciona, passando ainda mais a ideia de que há uma repetição de ideias.
Com US$ 179 milhões arrecadados mundialmente, é difícil imaginar que Ted 2 vá ganhar uma continuação. Ainda assim, quem for assistir vai dar umas boas risadas com o ursinho. Provavelmente, irá rir das mesmas coisas que o fizeram rir no primeiro. Mas vai rir.