Novo mundo
por Lucas SalgadoO futebol americano ainda é um esporte pouco conhecido no Brasil, embora com o passar do tempo é possível perceber uma maior adesão. Canais de esporte já dão mais atenção ao mesmo, inclusive com a transmissão de Super Bowl. Diante disso, é interessante um filme que chega para contar um pouco sobre os bastidores de tal esporte, focando sua atenção no draft. Uma prática esquisita para o país do futebol, mas que é muito comum nos Estados Unidos.
A Grande Escolha gira em torno do gerente da equipe de futebol americano Cleveland Browns. Ele está a poucas horas do draft, em que os times escolhem atletas que se destacaram na liga universitária, ou seja, não profissional.
O filme tenta ser para o futebol americano o que O Homem que Mudou o Jogo foi para o baseball. Não tem a força dramática e a qualidade dos diálogos do texto de Aaron Sorkin, nem as atuações de nomes como Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman e Robin Wright. Ainda assim, consegue entreter e despertar o interesse em tal universo.
Kevin Costner interpreta o tal gerente, Sonny Weaver Jr., um sujeito desesperado em formar um time campeão e que busca sair da sombra do pai, um ex-técnico recém-falecido. O drama entre pai e filho, que reflete na forma como Sonny recebe a notícia de que vai ser pai, segue uma série de clichês, que obviamente terminam em uma redenção.
As negociatas, as trocas entre times, a preocupação de técnicos e jogadores. Isso sim desperta interesse e funciona no filme. Outro ponto positivo da obra é ter contado com o apoio da NFL na produção. Não é um filme institucional, mas que talvez não funcionaria com times fictícios.
Jennifer Garner interpreta Ali, uma advogada responsável pelo gerenciamento das finanças da equipe. Ela é uma mulher naquele meio tão masculino e consegue impor sua força. Trata-se de uma boa atuação da bela atriz. O elenco conta ainda com as presenças de Tom Welling, Terry Crews, Rosanna Arquette, Ellen Burstyn, Frank Langella e Denis Leary.
Draft Day (no original) conta com uma direção bem interessante de Ivan Reitman, conhecido por comédias como Os Caça-Fantasmas, Um Tira no Jardim de Infância e, mais recentemente, Sexo Sem Compromisso. Não se trata de uma direção inventiva, mas bem conduzida. A montagem de Dana E. Glauberman e Sheldon Kahn também é boa, principalmente nas cenas de conversas pelo telefone, em que vemos as duas pessoas em cena, mas não necessariamente com a tela dividida. Muitas vezes, elas parecem lado a lado.
Não se trata de um filme imperdível ou que ficará na sua cabeça por muito tempo. Mas cumpre o que promete.