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    Somos o Que Somos
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Somos o Que Somos

    Surpreendente

    por Roberto Cunha

    Tem gente que acredita que já não se faz mais suspense ou terror como antigamente, devido ao excesso de produções focadas - muito mais - em mortes e sanguinolência, do que em algo envolvente. Somos o que Somos é um drama (acredite) travestido de filmes do gênero acima e tem potencial de sobra para animar (e assustar) os que compartilham do tal pensamento, ansiosos por algo novo, ou velho, no melhor dos sentidos. E a hora de descobrir o porquê dessa afirmativa cai, justamente, em uma sexta-feira, 13. Sugestivo?

    Em uma cidade do interior, Frank Parker (Bill Sage) é um homem que insiste em manter as tradições familiares e religiosas, ainda mais agora que acabou de ficar viúvo. Para isso, ele precisará contar com seus filhos, em especial a mais velha, que dará continuidade aos rituais há anos praticados pelos antepassados. O único problema é que após o desaparecimento de uma pessoa na região, as fortes chuvas que castigam o local ameaçam revelar importantes segredos dos Parker, começando por uma estranha conexão entre o Mal de Parkinson e uma doença muito rara e sinistra.

    Sonoramente "ilustrado" pela natureza, na companhia de uma trilha climática, que se alternam, o longa tem closes tensos, hipnóticos, inquietantes e momentos perturbadores de seus personagens, exigindo um certo estômago daqueles que entenderem rapidamente o que está se passando. Do elenco coeso, competente e desconhecido do grande público (isso é bem legal!), destaque para a atuação das jovens Ambyr Childers e Julia Garner, que fazem as irmãs e, certamente, ainda serão comentadas por trabalhos futuros. A curiosidade fica por conta da boa participação de uma sumida (eterna e irreconhecível) Kelly McGillis (Top Gun - Ases Indomáveis).

    Inspirado no longa mexicano Somos Lo que Hay (2010), o diretor Jim Mickle repete a premiada parceria (pela terceira vez) com Nick Damici e apresenta um roteiro simples, funcional, e dividido em quatro emblemáticos dias, começando (também) numa sexta-feira. Mergulhando o espectador em uma atmosfera lúgubre, de visual caprichado com tons de cinza e verde, ele o coloca diante do dilema das jovens irmãs, divididas entre suas próprias crenças e a fé doentia do pai. Com um orçamento baixo, Mickle optou por investir menos em efeitos especiais (comuns hoje em dia) e mais em uma trama de ritmo diferenciado, que segue num crescendo, prometendo revelações, entregando, até chegar em uma sequência final - definitivamente - surpreendente. Prepare-se!

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