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    Pixels
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Pixels

    A vingança dos nerds

    por Renato Hermsdorff

    De “Sessão da Tarde” – os “clássicos” – Chris Columbus entende. Afinal, o roteirista de Gremlins (1984), Os Goonies (1985) e O Enigma da Pirâmide (1985) dirigiu Esqueceram de Mim (1990), Mamãe Não Quer que Eu Case (1991), Uma Babá Quase Perfeita (1993) e produziu mais uma série deles. Então, na ausência do mestre John Hughes, que morreu em 2009, quem melhor para dirigir um filme do tipo em 2015? Ele mesmo.

    E de que “tipo” estamos falando? Da aventura de galera, protagonizada por perdedores (que se sacaneiam) e que (quase) nunca vão pegar a líder a de torcida. E se, essa turma envelhecesse, para os dias atuais? O resultado é Pixels que, como o título sugere, tem como pano de fundo o universo dos games clássicos dos fliperamas dos anos 1980 (Pacman, Snake, Space Invaders, Asteroids, Donkey Kong e por aí vai).

    A ideia, por si só, já é bem criativa. E sob o comando de Columbus, funciona. Mesmo com Adam Sandler como protagonista, que, desde Homens, Mulheres e Filhos (outro tipo de filme), tem se mostrado menos histriônico no cinema – o que se repete aqui. No longa-metragem, ele é Sam Brenner, melhor amigo de Will Cooper (Kevin James) e (único amigo?) de Ludlow Lamonsoff (Josh "Olaf" Gad, ótimo).

    O filme começa exatamente nos anos 1980, com uma reconstrução de clima – do figurino à trilha – daquele tipo que realmente te transporta para a época. Sam, então um garoto, enfrenta uma disputa com o rival Eddie Plant (Peter Dinklage na fase adulta, um tanto caricato), pelo título de campeão mundial de arcade. Na vida adulta, o cara segue como um loser, até que é convocado para salvar o planeta devido às antigas habilidades com os jogos de outrora.

    Com a ajuda do Professor Iwatani (Akiyama Denis), o criador do Pacman, Brenner, Lamonsoff e Plant formam uma espécie de "Os Caça-Fantasmas" – que caçam personagens de jogos, no entanto – modernos (antes da versão feminina de Paul Feig ganhar o cinema).

    Toda a ação central é justificada, resultado de um roteiro que encontra soluções criativas para a fantasiosa hipótese de um “come-come” gigante aparecer engolindo tudo o que vê pelo caminho nas ruas de Nova York, por exemplo.

    O enredo, aliado ao uso de efeitos especiais de ponta - o que não só confere “veracidade” à história, como é um verdadeiro deleite visual para o espectador - garantem a diversão do filme. Não bastasse, ainda há uma mensagem por trás da história – um pouco piegas, mas nada didática. (Ah, sentiu falta da mocinha inatingível? Para isso, temos a tenente-coronel Violet Van Patten de Michelle Monaghan).

    No detalhe, algumas situações – e, sobretudo, piadas – forçam a barra, abusando do clichê. Mas o saldo final da experiência é positivo. Pixels é a vingança dos nerds; é o universo envelhecido do melhor “Sessão da Tarde” para uma versão 2015 realmente digna da boa “Sessão da Tarde”.

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