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    13º Distrito
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    13º Distrito

    Versão americana

    por Francisco Russo

    Lançado em 2004, B13 - 13º Distrito tinha um grande atrativo: as inusitadas cenas de luta estreladas por David Belle, inspiradas no le parkeur, que impressionavam por sua habilidade. Dez anos depois, o mesmo David Belle é protagonista desta refilmagem americana, que no Brasil também ganhou o título 13º Distrito (mesmo que, para tanto, tenha perdido completamente o sentido com relação à história da nova versão). Entretanto, como Belle é pouco conhecido até mesmo na França, seu país natal, os investidores americanos necessitavam de um nome forte para encabeçar o projeto. Assim chegou-se a Paul Walker, em alta graças à série Velozes & Furiosos.

    A dupla até que funciona junta. Por mais que seu personagem guarde resquícios que lembram bastante Brian O’Conner, especialmente nas cenas em alta velocidade, Paul Walker serve de contraponto legal à ideia de herói underground vivido por Belle. Inclusive, a década entre os dois filmes serviu para que Belle melhorasse seu lado ator, por mais que o filme não lhe exija muito neste sentido. Sua função na trama é seguir fazendo malabarismos nas cenas de luta, às vezes até mesmo lembrando Jackie Chan em seus bons tempos. Isso, ele cumpre muito bem.

    A trama desta refilmagem é praticamente idêntica à do original. Brick Mansions (o tal 13º distrito na versão francesa) é uma área abandonada à própria sorte, onde os índices de criminalidade são altíssimos. Quando uma bomba é levada para o local pela gangue de um poderoso traficante de drogas, a polícia logo chama um dedicado detetive (Walker) para entrar no reduto e desativá-la. Para tanto ele conta com a ajuda de Lino (Belle), que há anos mora no local e tem contas a acertar com o tal traficante. As poucas mudanças neste 13º Distrito em relação a B13 se devem à americanização do ambiente e dos personagens, especialmente os vilões, através das gírias utilizadas e do visual estiloso.

    Outro ponto que chama a atenção é a conotação sexual dada às duas principais personagens femininas, uma se vestindo como se fosse uma colegial e outra com uma roupa sadomasoquista. As cenas entre elas beiram o trash, seja pelos momentos de luta ou pelo linguajar que tenta escancarar (ainda mais) o lado erótico. Da mesma forma, o longa traz incoerências nítidas de roteiro, especialmente quando se aproxima o momento de decidir o que fazer com a tal bomba. Ainda assim, 13º Distrito diverte pelas absurdas e bem elaboradas cenas de luta. É o típico filme de menino, que privilegia a ação em detrimento de todo o resto. Funciona, desde que você embarque no clima descerebrado.

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