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    Roubo nas Alturas
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Roubo nas Alturas

    INVESTIMENTO DE RISCO

    por Roberto Cunha

    Claramente inspirado no rat pack de Sinatra e Dean Martin, Steven Soderbergh fez enorme sucesso com a trilogia Onze Homens e um Segredo, reunindo um grupo de atores famosos. A fórmula, pelo jeito, ainda faz efeito e pode ter lá o seu charme, pois Roubo nas Alturas está em cartaz há sete semanas nos Estados Unidos e pagou o orçamento de US$ 75 milhões.

    Para os padrões hollywoodianos, o desempenho pode não ser lá grande coisa, mas é o suficiente para dizer que não foi reprovado por lá. E existe a possibilidade de isso acontecer também por aqui, devido aos protagonistas Ben Stiller e Eddie Murphy terem aceitação junto ao grande público.

    Na história, Josh Kovacs (Stiller) comanda com extrema competência uma equipe de funcionários de um dos prédios mais badalados de Nova York. O local é habitado por gente endinheirada, entre eles Arthur Shaw (facilmente interpretado por Alan Alda), ocupante da cobertura que vai preso pelo FBI por armar uma fraude financeira. O problema é que Kovacs descobre que o ricaço enganou seu pessoal envolvendo o dinheiro deles na falcatrua e não quer deixar barato, convidando um vizinho trambiqueiro (Murphy) para ajudá-lo a recuperar a grana.

    Ainda no elenco, rostos mais novos, Gabourey Sidibe (Preciosa) e Michael Peña (Atirador), até nomes mais sumidos, como Matthew Broderick (Negócios de Família), meio perdido em cena, e Téa Leoni (As Loucuras de Dick e Jane), bem como uma agente do governo doidinha.

    O argumento explora um "conflito de classes" dos tempos modernos, que será resolvido de uma maneira pra lá de descompromissada com a realidade e com pitadas de ação e suspense. Conduzido pelo experiente Brett Ratner (da trilogia A Hora do Rush), o roteiro de Ted Griffin (Onze Homens e Um Segredo) e Jeff Nathanson (Prenda-me Se For Capaz), pode-se dizer, foi bem aproveitado, mas os crimes cometidos (com duplo sentido) são muitos, como a sequência rídicula dentro de um shopping.

    As licenças criativas para que a trama tenha fluidez rolam soltas. Algumas abusam demais das leis da física (são surreais) e as piadas são fracas, como um diálogo sobre lésbicas durante o planejamento ou a inserção de um cachorro no meio da ação. Entre as citações curiosas, o ator Steve McQueen e uma Ferrari 250 Luso Berlinetta 1963. A trilha sonora de Christopher Beck (Se Beber, Não Case! e Amor a Toda Prova) é boa e impõe seu ritmo.

    Portanto, todo cuidado é pouco na hora de apostar no filme. Para quem espera uma comédia, principalmente, pela presença de dois nomes atrelados ao gênero, o lucro pode ser pequeno. Porque o humor existe, mas vai provocar risadas somente naqueles com riso mais frouxo. Com trocadilho, não chega a ser uma roubada, mas o investimento é de risco.

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