MORTES A PRAZO
por Roberto CunhaO que esperar de um título desses numa sala escura? Sem querer abusar de seus dons premonitórios, está na cara que o palco já foi armado para se encontrar mortes absurdas e sangue. Nesta sequência você tem duas coisas "novas" que podem ser aproveitadas, mas como o filme é de suspense, para entrar no clima, deixe para conhecê-las na medida em que vai lendo o texto. Achou estranho? Não liga não. Essa turma que escreve (ou acha que escreve) gosta de experimentar.
Falando em experiência, seria interessante o espectador estar pronto para algumas cenas agoniantes, outras com toques de humor (de tão absurdas) e efeitos especiais bem legais. A cena da ponte, por exemplo, é espetacular, mas aceitar exageros será primordial, assim como relevar a naturalidade com que os personagens lidam com determinadas situações. Afinal, é um filme de ficção e o quinto de uma marca.
Sam (Nicholas D'Agosto) é cozinheiro profissional de talento e foi convidado para se aprimorar em Paris. Injuriada com a situação, sua namorada (Emma Bell) dá-lhe um passa-fora, mas durante uma viagem de ônibus que eles faziam com colegas do trabalho, o jovem tem um pressentimento, acaba salvando ela e uma parte do grupo. No tal acidente horripilante morreram 86 pessoas, mas como a reza a lenda (do filme), "a morte não gosta de ser enganada" e vai cobrar a dívida de um por um. Sobreviverão os dois pombinhos ou virarão galinha preta na encruzilhada?
Quem gosta de efeitos especiais em cenas incríveis, que beiram o surreal, recebam doses de tensão e pitadas fortes de deboche (trash), o prato está servido. E o 3D já usado em Premonição 4 é um dos detalhes "novos". Longe de ser obrigatório, pelo menos, a tecnologia foi bem usada (no sentido clássico) desde os créditos iniciais até os finais, quando fazem uma regressiva para os filmes anteriores e saem mostrando, para o deleite dos fãs, as sanguinolências antigas ao som da sugestiva música "If Your Want Blood (You've Got It)", do australiano AC/DC.
A outra novidade é o retorno de Tony Todd (Vampiro em Vegas). Se você não o conhece, tudo bem, mas ele participou de Premonição, Premonição 2 e é reconhecido por seu trabalho em O Mistério de Candyman (1992). Por essa razão, é cultuado entre a turma que curte filmes slasher, aqueles nos quais as vítimas sucumbem da pior maneira possível nas mãos de um assassino, como este de agora, cujo algoz é a Morte.
Além da música tema, a trilha sonora conta ainda com o clássico "Dust in the Wind", do Kansas, em participação cômico-sinistra. E para quem gosta de citações, O Sexto Sentido (1999) marca presença e Laranja Mecânica (1971) também. Dito isso, esqueça roteiros profundos, diálogos intrigantes ou a verdade. Porque a mentira impera, seja num teimoso parafuso que insiste em ficar de pé ou numa pequena e perigosa escultura de Buda. O que vale aqui é o prazer mórbido de ficar pilhado com a próxima "execução" e ver pessoas sendo dobradas, esmagadas, fatiadas e outros 'adas" que você lembrar. Ou seja, mortes à vista e a prazo. E aí, vai encarar?
Saiba mais sobre o filme ou assista os trailers em Premonição 5.