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    Um Time Show de Bola
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Um Time Show de Bola

    Bonito gol

    por Roberto Cunha

    O mundo da animação passou por uma grande transformação nos últimos anos. Tanto que hoje, neste espaço dominado durante anos pela Disney, existem muitos estúdios e profissionais disputando "a traço", risos e emoção, um lugar no coração das famílias. O cineasta argentino Juan José Campanella, ganhador do Oscar com O Segredo dos Seus Olhos, é mais um que se aventurou neste universo diferente. E foi bom ver que ele não levou "uma por baixo das pernas" com Um Time Show de Bola. Pelo contrário, fez até gol, apresentando uma gostosa aventura, contada por um pai (ligadão no tradicional jogo de totó/pebolim) para o filho, viciado em jogos eletrônicos.

    O menino Amadeo vive em um bar, praticando suas incríveis jogadas no totó. Na mesa, ele é imbatível, mas tem um carinha na cidade que é bom de bola (na vida real), desafia ele para um duelo e acaba perdendo. O tempo passa, ele faz fama nos gramados, retorna como dono da cidade e com a ideia de transformar o lugar numa espécie de parque temático. Agora, a única coisa que pode deter esse plano terrível é Amadeo aceitar o novo desafio de enfrentá-lo numa partida de futebol de verdade. É quando algo mágico acontece e os bonecos da mesa de jogo ganham vida para ajudar o seu companheiro de grandes jogadas.

    A primeira sequência do longa é bem legal e o diretor faz uma bela homenagem a Stanley Kubrick e seu 2001 - Uma Odisséia no Espaço. Fazendo uso de seu conhecimento cinematográfico, Campanella proporciona para o espectador movimentos de câmera e enquadramentos interessantes, que fazem você transitar de um bom e velho faroeste para uma aventura quase épica. E a música do premiado parceiro Emilio Kauderer contribuiu bastante para dar esse climão. Pena não terem explorado mais a magia de ter uma animação dentro de uma animação, uma vez que a lágrima de Amadeo faz um de seus parceirinhos de ferro (da mesa de totó) ganhar vida, mas o resto da turma aparece pronta para a farra sem qualquer explicação. Cartão amarelo!

    Bons e velhos clichês, como o preço do progresso, a união faz a força, saber perder, vaidade, amizade, rivalidade, honestidade e falsos ídolos, são membros da "equipe" da trama. Para os mais exigentes, o roteiro de Campanella tira muitas licenças, como ratos que querem comer bonecos de ferro, entre outras mancadinhas. Mas não são faltas graves, que prejudiquem o resultado dessa animação simpática, com visual bacana, um 3D normal, muitos personagens, alguns deles carismásticos e divertidos. Destaque para as duplas Beto e Louco (bonecos), e policial e gatuno (humanos da cidade). Tirando sarro de patrocinadores (a marca de jogos "Noentendo" é um deles), da burrice do vilão e dos personagens de uma maneira geral, o humor faz marcação cerrada nos diálogos (boa dublagem!) e nas situações criadas. Assim, é possível chegar o final dessa partida, quer dizer, crítica, e dizer que não assistir é quase penalidade máxima.

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