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    Quarteto Fantástico
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Quarteto Fantástico

    Uma grande introdução

    por Lucas Salgado

    Dez anos após Quarteto Fantástico e oito após Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, os super-heróis criados por Stan Lee e Jack Kirby voltam às telonas numa versão remodelada. De 2007 pra cá, muito mudou no universo das adaptações para os quadrinhos. A Marvel se consolidou como estúdio de cinema e passou a tratar seus personagens como parte de um universo maior. Mesmo a Fox, acertou em cheio ao investir numa nova versão de X-Men, que foi tão bem que acabou resgatando os atores da trilogia original, que parecia enterrada após o fraco terceiro filme.

    Agora, a Fox também chega com um novo Quarteto Fantástico. O resultado é muito superior aos dois anteriores, dirigidos pelo péssimo Tim Story. O novo longa conta com ótimos efeitos visuais, com um roteiro bem desenvolvido, que consegue bem retratar a origem dos personagens, e ainda traz um elenco bem interessante. As diferenças podem ser notadas na própria direção de fotografia. Aqui, temos um trabalho mais sombrio e realista de Matthew Jensen, que se destacou em Poder Sem Limites e ainda trabalhou em vários episódios de Game of Thrones. Visualmente, estamos diante de um cinema de verdade e não de uma carnavalesca HQ filmada.

    Mas ser superior aos originais significa que estamos diante de uma obra primorosa? Não, longe disso. Não é difícil ser melhor que um filme estrelado por Ioan Gruffudd e Jessica Alba. A verdade é que não foi dessa vez que o Quarteto ganhou sua versão definitiva nas telonas. O longa tem uma grande deixa para uma continuação. É esperar para ver se será produzida e se os roteiristas conseguirão criar uma trama mais interesse que neste aqui.

    O novo Fantastic Four é basicamente uma grande introdução. Neste sentido, alguns fãs devem aprovar o fato de termos mais tempo para se identificar e conhecer os personagens principais. Ao mesmo tempo, muitos vão lamentar pela simplicidade da ação e da trama envolvendo o vilão Dr. Destino, completamente desperdiçado.

    Se o vilão vai mal, o mesmo não se pode dizer dos quatro protagonistas. Após muitas críticas, Miles Teller, Kate Mara, Michael B. JordanJamie Bell comprovaram seus talentos e construíram um Quarteto divertido e que se relaciona bem entre si. O longa dedica uma parte considerável para a infância dos personagens Reed Richards e Ben Grimm, o que também deve agradar os espectadores. Quem, no entanto, estiver atrás de ação pode se decepcionar um pouco. 

    É interessante o fato do filme não investir em uma relação entre Reed e Sue, dando mais foco aos irmãos Storm e o pai deles, vivido por Reg E. Cathey. O ator não vai mal, mas é prejudicado por todos os clichês de mentor possíveis. Em determinado momento, ele fala: "Família significa tomarmos conta um do outro." Parece Velozes & Furiosos, mas é Quarteto Fantástico mesmo.

    Um dos melhores atores jovens da atualidade, Teller mostra domínio do personagem e carisma para liderar o grupo. Ele consegue passar bem a ideia de que é um jovem e inocente cientista, com o objetivo de mudar o mundo.

    É possível se divertir com o filme. Ao mesmo tempo, é difícil não ficar com a sensação de que viu apenas um grande trailer para uma história empolgante que ainda estar por vir. É natural que um primeiro filme seja mais introdutório, mas ele nunca pode ser apenas introdutório, como Homem-Aranha e X-Men - O Filme mostraram tão bem.

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