No final do ano passado quando vi o primeiro trailer de "Godzilla" fiquei impressionado e com com muito medo ao mesmo tempo, mas não pelo monstro e sim pela expectativa ser muito grande e me decepcionar depois com o filme, pois geralmente quando um trailer é muito bom o filme deixa a desejar.
Logo depois já neste ano saiu o segundo trailer e me impressionei mais ainda pela grande cascata de efeitos e destruição que era mostrada no trailer, pois bem eis que surge finalmente "Godzilla" o rei dos monstros no cinema.
A princípio Godzilla vale e muito o ingresso, não apenas por ir ao cinema ver filmes de monstros destruindo cidades mas sua parte técnica está impecável como nunca se via em filmes do gênero.
Gareth Edwards (diretor) fez uma releitura desse clássico dos anos 60 com uma visão bem futurista mas mantendo os parâmetros contemporâneos, o filme pode ser considerado o filme do ano para aqueles que não são fãs de carteirinhas mas que o admira e quer conhecer mais sobre o big mosntro.
O roteiro é simples mais obteve um cuidado para não cair no clichê, apesar de ser visto em quase todo filme, por exemplo um protagonista que tem que salvar sua família do ambiente que o caos está acontecendo. O elenco também compensa com atuações moderadas.
A parte técnica é a mais incrível do filme, percebemos que os monstros foram milimetricamente planejados e que podemos senti-los ao nosso lado na poltrona, o grande mestre dos monstros Godzilla está incrivelmente gigantesco, a equipe teve o trabalho cuidadoso de nos fazer tremer com sua presença, admito que fiquei com medo quando Godzilla aparece
(apenas depois de quase uma hora de filme)
com a grandeza de um verdadeiro mestre dos monstros, parece que você recupera aquele medo que tinha dos monstros nos filmes, ele te deixa intacto com coração na mão, e é enorme o barulho que faz.
A parte sonora também é uma aliada dos efeitos especiais, a trilha sonora faz jus ao uso nos momentos mais eletrizantes e também nos momentos de tesão e drama, vamos dizer que é uma salada mista mas bem preparada.
O conceito de que Godzilla é um protagonista nato pode se perder um pouco no filme, já que ele aparece apenas nas horas decisivas, e com isso o torna um tipo de protagonista que aparece apenas no ápice da trama e não é necessário gastar imagem em cenas efêmeras. O interessante é que o filme tem alguns detalhes interessantes, como personagens que nos comove e cenas que o diretor fez questão de mostrar que não é só o lado destrutivo que cativa o público,
como por exemplo a cena em que o tsunami se alastra na ilha do Havaí e um cachorro está preso no coqueiro pela coleira, ele se solta e corre para se salvar...ou a família que consegue abrigo nesse mesmo tsunami entrando em um prédio,
são detalhes que faz sentir que o filme não é só destruição mas também cativa.
O enredo que liga armas atômicas com os monstros e bem arriscador já que as mesmas podem destruí-los, porém algumas ligações no roteiro acaba sendo interessante para a trama.
Para quem acha que Godzilla é um filme apenas de monstros destruindo cidades se engana, é muito mais que isso, existe um porque dessa destruição toda, Godzilla pode ser um monstro aterrorizante mas existe um porque de sua existência, manter o equilíbrio na terra.
Uma coisa podemos dizer sobre o filme, é aquele tipo de filme em que a família vê e comenta no final, é uma grande releitura com poucas falhas mas que é superado pela maioria de acertos, esse realmente é um clássico de 2014!!