No Coração do Mar
Críticas AdoroCinema
3,0
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No Coração do Mar

Natureza vs Homem

por Lucas Salgado

Desde que conquistou o Oscar de Melhor Diretor por Uma Mente Brilhante, em 2002, Ron Howard vem apresentando uma trajetória bem inconstante. Fez os ótimos Frost/NixonRush - No Limite da Emoção, mas também decepcionou com A Luta Pela EsperançaO Código Da VinciAnjos e DemôniosO Dilema. Em No Coração do Mar, retoma a parceria com Chris Hemsworth para contar a história por trás do clássico da literatura Moby Dick, de Herman Melville. O longa está longe de ser uma obra ruim, mas tampouco passa perto da ousadia e da qualidade do trabalho anterior, justamente Rush.

Herman Melville (Ben Whishaw) está à procura de uma história para seu próximo livro. Ele conhece a lenda sobre o naufrágio do navio baleeiro Essex, mas quer saber a verdadeira história por traz da mesma. Para isso, entra em contato com um traumatizado sobrevivente (Brendan Gleeson).

A partir daí, voltamos no tempo para saber o que realmente aconteceu, com o capitão George Pollard (Benjamin Walker), o primeiro oficial Owen Chase (Chris Hemsworth) e toda tripulação partindo em uma viagem com o objetivo de coletar 2 mil barris de óleo de baleia. Eles navegam até a costa da América do Sul, quando finalmente encontram um número significativo de baleiras. O problema é que uma delas é gigantesca e não deixará de lutar por sua sobrevivência.

É a clássica história de homem contra a natureza. Nos dias de hoje, de muita preocupação ambiental, a trama soa estranha, mas a abordagem dos roteiristas é honesta. Era algo normal na época, mas não deixava de ser brutal. Uma das mais belas cenas da produção, é quando os personagens de Hemsworth e Tom Holland contemplam abalados e ensanguentados a morte de um animal.

O elenco traz ainda as boas presenças de Cillian MurphyFrank DillaneMichelle FairleyCharlotte Riley, mas os destaques são mesmo Hemsworth e Holland, curiosamente dois atores que interpretam heróis da Marvel (Thor e Homem-Aranha).

A direção de Howard é boa, mas quadrada. Trata-se de um filme correto, mas que passará longe de listas dos melhores do ano. Parceiro de longa data de Lars von Trier, o diretor de fotografia Anthony Dod Mantle realiza um trabalho competente. O filme conta com belos cenários e com bons efeitos visuais, embora a baleia principal seja mais interessante quando ocultada. Como em Tubarão, a tensão está mais na ameaça do que no ataque.

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